Muitas vezes confundimos os acontecimentos materiais da vida e os atos da
vida moral. Se algumas vezes existe fatalidade, é nos acontecimentos materiais
cuja causa está fora do nosso controle e são independentes de nossa vontade. Quanto
aos atos da vida moral, esses emanam sempre do próprio homem, que sempre tem a
liberdade de escolha. Para esses atos, nunca existe fatalidade.
‘Aquele
que deseja atravessar um rio a nado sem saber nadar tem grande probabilidade de
se afogar; assim é com a maioria dos acontecimentos da vida. Se o homem somente
empreendesse coisas compatíveis e de acordo com suas capacidades, quase sempre
teria êxito. O que faz com que se perca são seu amor-próprio e sua ambição, que
o fazem sair de seu caminho e o induzem a considerar como vocação o desejo de
satisfazer certas paixões.
Ele
fracassa e é por sua culpa; mas, em vez de admiti-la espontaneamente, prefere
acusar sua estrela. Seria melhor ter sido um bom trabalhador e ganho
honestamente a vida do que ser um mau poeta e morrer de fome. Haveria lugar
para todos, se cada um soubesse se colocar em seu lugar.’
O fracasso na vida, muitas vezes, é o resultado do falso caminho tomado.
Um caminho que nada tem a ver com a inteligência ou aptidão que possui.