Durante a vida, o Espírito se encontra
preso ao corpo por seu envoltório semimaterial ou perispírito. A morte é apenas
a destruição do corpo e não do perispírito, que se separa do corpo quando nele
cessa a vida orgânica. A observação demonstra que, no instante da morte, o
desprendimento do perispírito não se completa subitamente; opera-se
gradualmente e com uma lentidão muito variável, conforme os indivíduos.
Para uns é bastante rápido e pode-se dizer
que o momento da morte é ao mesmo instante o da libertação, quase imediata.
Mas, para outros, aqueles cuja vida foi extremamente material e sensual, o
desprendimento é mais demorado e dura algumas vezes dias, semanas e até mesmo
meses. Isso sem que haja no corpo a menor vitalidade nem a possibilidade de um
retorno à vida, mas uma simples afinidade entre corpo e Espírito, afinidade que
sempre se dá em razão da importância que, durante a vida, o Espírito deu a
matéria.
É racional conceber, de fato, que quanto
mais o Espírito se identifica com a matéria, mais sofre ao se separar dela. Por
outro lado, a atividade intelectual e moral, a elevação de pensamentos, operam
um início do desprendimento mesmo durante a vida do corpo, de tal forma que,
quando a morte chega, o desprendimento é quase instantâneo.
Livro: O Livro dos Espíritos.
Foto: Pacífico Medeiros
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